Falar sobre gatos é sempre uma ousadia. Debruçar-se sobre a importância desse ser tão único na história da humanidade, ainda mais. Muitos tentam, poucos conseguem.
Felinos são seres hipnotizantes, cheios de truques, sutilezas… conviver com eles é um prazer indescritível!
Quem nunca encarou o olhar penetrante e misterioso de um gato não conseguiu se despir dos seus desejos mais secretos e profundos. O que dizer, meu Deus, dessa espécie enigmática, encantadora, que nos leva a grandes viagens e devaneios históricos? O que dizer desse ser iogue, que nos faz refletir sobre questões tão fundamentais do cotidiano?
Pensar num ser que desfila em sua plenitude, protagonizando arte, música, mitologia, divindades, poesia, é pensar no ser felino como ser felino.
O olhar de Capitu chega a mim numa tarde luminosa, tanto quanto seu olhar! Este livro, esta declaração de amor à espécie felina, é uma surpresa adorável. Maria Ester de Freitas passeia através do olhar de Capitu pela história, com humor e delicadeza e, como ela mesma diz, «para um gato, todos os demais animais e humanos são sempre personagens secundários».
E Capitu segue, orgulhosamente, dividindo o seu cotidiano recheado de detalhes sobre aceitação, amor, ciúmes, liberdade, dúvidas, inteligência, beleza, porque «a beleza felina é o nosso normal», diz a autora. Realmente, gato belo é pleonasmo.
O silêncio do gato é a pausa musical e não o tempo forte. A delicadeza de cada passo é o que precisamos para sobreviver. «Nunca é demais dizer que, se este é o meu olhar, a criatura mais importante aqui sou eu», revela a autora.
